1Dez . 2020
Ao menos 16 brasileiros já poderiam ter recebido o Prêmio Nobel de Medicina. Duvida? SAÚDE traz uma história resumida de cada um – alguns, inclusive, estão vivos. Confira:
Carlos Chagas (1879-1934)
Não satisfeito de ser o primeiro brasileiro a disputar o Nobel de Medicina, foi o único a ser indicado duas vezes, em 1913 e 1921. Foi o único cientista a identificar todo o ciclo (parasita, vetor, hospedeiros, sintomas e a epidemiologia) de duas das mais graves doenças tropicais: a malária e a doença de Chagas.
Em 1909, identificou o protozoário causador do mal que levou seu nome – que ele batizou como Trypanosoma cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz. E também o inseto que transmite a doença, o barbeiro.
Vital Brazil (1865-1950)
Fundador dos institutos Butantan (em 1901, em São Paulo) e Vital Brazil (em 1919, em Niterói), é reconhecido mundialmente por ter criado soros específicos contra venenos de animais peçonhentos, como cobras, aranhas e escorpiões. As duas instituições que ajudou a fundar se tornaram referência tanto na formação de pesquisadores quanto na produção de soros e medicamentos.
No começo do século 20, combateu epidemias de cólera, varíola e peste bubônica. Apesar de ter contraído febre amarela duas vezes, morreu de alta concentração de ureia no sangue, causada por motivo desconhecido.
Antônio Cardoso Fontes (1879-1943)
Graças ao seu trabalho sobre o bacilo da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis), concorreu ao Nobel de Medicina em 1934. Depois de participar de congressos no Brasil e no exterior, foi nomeado diretor do Instituto Oswaldo Cruz, no lugar de Carlos Chagas, que acabara de falecer.
Por coincidência, Oswaldo Cruz foi seu orientador no doutorado, com o tema “Vacinação e Soroterapia Antipestosas”. Como se fosse pouco, fundou a Sociedade Brasileira de Tuberculose, que depois virou a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Adolfo Lutz (1855-1940)
Terceiro brasileiro indicado ao Nobel de Medicina – em 1938, por seu estudo sobre doenças tropicais, como cólera, malária e tuberculose –, é considerado o pai da medicina tropical no Brasil.
Foi o primeiro latino-americano a estudar os mecanismos de transmissão da febre amarela pelo Aedes aegypti. Para comprovar sua tese, serviu ele mesmo de cobaia para o experimento (junto com outros dois médicos, entre os quais Emilio Ribas). É responsável pela identificação dos principais agentes transmissores da malária.